- 29/07/2024
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Este é um tema muito caro para a gestão de processos e das organizações em saúde porque a máxima de Deming – “sem mensuração não há gestão” – pesa sobre cada gestor responsável por apresentar resultados, seja no nível estratégico ou no nível tático, seja na área administrativa ou assistencial.
Nesta postagem, compartilhamos uma produção em áudio e em texto elaborados especialmente para a série de Mini Podcast Sistematize – Indicadores de Gestão em Saúde que foi recentemente publicada em nosso canal no Instagram @sistematize_desafios e reunida aqui numa apresentação única e compacta.
Considerando nossa ampla experiência no assunto, selecionamos as recomendações precisas sobre os pontos críticos para a implantação e gestão de indicadores, os quais enfrentam barreiras de toda ordem nas organizações de saúde para que se tornem ferramentas valiosas na melhoria contínua a favor dos pacientes e da sustentabilidade dos serviços.
Para melhor apreciação das informações, o conteúdo dos links para o áudio é complementar ao conteúdo do texto. Portanto, para a visão completa das recomendações, acesse os dois formatos:
Ponto 1: Um início simplificado motiva os primeiros passos
Você pode começar a implantação de indicadores de uma forma muito simples olhando para os números que já possui, aqueles que não requerem nenhum esforço a mais para serem coletados e que, de repente, você e sua equipe nunca pararam para olhá-los e se perguntarem: o que eles querem nos dizer? Por que se comportam desta forma?
Numa reunião de análise crítica destes dados, as primeiras respostas e hipóteses vão aparecer, bem como várias ideias sobre como se aprofundar e entender melhor estes números e também que ações podem ser feitas para que estes números mostrem resultados mais desejáveis.
É importante que a reunião se finalize com o traçar de um simples plano de ação:
1) QUEM vai buscar mais dados ou fazer alguma ação de melhoria?
2) Qual é o PRAZO para trazerem a resposta?
3) E assim, no prazo combinado, com os números atualizados, AVALIAR o IMPACTO das ações.
4) Que outras ideias e DESDOBRAMENTO surgiram?
5) Definir os PRÓXIMOS PASSOS e retomar a análise, e assim sucessivamente!
Saiba mais acessando o áudio no link abaixo:
Mini Podcast: https://www.instagram.com/p/C4RAu_iORxT/
Ponto 2: Dados x Taxas – a importância do denominador no cálculo
Para avançar na implantação de indicadores em seu serviço de saúde é preciso colocar a série de dados levantada no Ponto 1 em comparação com o universo de dados aos quais a série pertence ou possa ser correlacionada. Analisar o número puro na série não te dá a devida dimensão, o devido peso do mesmo.
Ouça, no áudio abaixo, exemplos da evolução de série de dados para taxas, bem como as recomendações para analisá-las face a eventos adversos, considerando dados de produção e análise de causa-raiz deste tipo de evento:
Mini Podcast: https://www.instagram.com/p/C4qxt1fO2y2/
Ponto 3: Utilização de dados do sistema
Laranja lima, laranja pera, laranja bahia podem ser usadas em conjunto para fazer uma bela cesta de LARANJAS mas, quando se trata de dados em um banco exportado do sistema, ainda que de categorias similares para estruturar um indicador, você não poderá contar com todas as “laranjas” – precisará separar as “laranjas lima” das “laranjas pera” se quiser responder com confiabilidade à pergunta dirigida aos seus números.
A SELEÇÃO DE DADOS precisa cumprir critérios pré-estabelecidos e os bancos de dados existentes precisam passar por uma análise prévia para que entrem nos cálculos do indicador somente números que serão capazes de contribuir para uma informação clara e consistente que permita, a posteriori, a tomada de decisão segura por parte do gestor, sem vieses.
Confira, no áudio abaixo, um exemplo de seleção adequada de dados relativo ao indicador de Giro de Sala de Centro Cirúrgico:
Mini Podcast: https://www.instagram.com/p/C41JifCO2rl/
Ponto 4: Coleta de dados – a importância do rigor e do preparo da equipe
Uma das coisas que mais apreciamos no uso de indicadores de gestão em saúde é a sua similaridade com os dados em pesquisa científica, que implica em duas etapas muito importantes:
1) O rigor na definição dos dados;
2) O rigor na coleta dos dados.
Mas, ao contrário de um ambiente isolado de laboratório de pesquisa, os dados dos indicadores em saúde são produzidos em uma situação extremamente dinâmica e de alto risco que é da própria prestação do serviço. Neste ambiente, a maioria das pessoas envolvidas com os dados são primariamente contratadas para atender o paciente e não para preencher dados em planilhas, mas para gerar um resultado na vida das pessoas. Então, conjugar assistência com implantação de indicadores não é uma tarefa simples.
Ouça, no áudio abaixo, os passos a seguir para obtermos uma coleta de dados assertiva:
Mini Podcast: https://www.instagram.com/p/C5bH2M9uM07/
Ponto 5: A meta não pode ser um número aleatório
Estabelecer meta é um processo que exige bastante critério e referências, muitos balizamentos para que ela seja uma meta S.M.A.R.T:
S – “specific” ou específica: Ter um objetivo específico e claro para guiar a equipe nos esforço;
M – “measurable” ou mensurável: Ser expressa numericamente;
A – “achievable” ou atingível: Estar de acordo com a realidade da organização;
R – “relevant” ou relevante: Ser relevantes para o planejamento estratégico ou tático;
T – “time” ou temporal: Possuir um prazo para ser atingida.
Mas, e a referência ou benchmark? Como saber que o número escolhido para se atingir está “de bom tamanho”? Confira, no áudio abaixo, alguns referenciais interessantes que também precisam ser levados em consideração ao se delinear uma meta, para além das características das metas S.M.A.R.T:
Mini Podcast: https://www.instagram.com/p/C5rPqwoOWUu/
Ponto 6: O enunciado da meta que faz a diferença
Ter um enunciado claro da meta é super importante para informar e direcionar assertivamente a sua equipe. De onde estamos saindo, para onde estamos indo, quanto tempo temos para atingir a meta?
Veja abaixo mais exemplos de METAS DE INDICADORES DE GESTÃO EM SAÚDE para te inspirar a aderir à mensuração dos seus processos-alvo:
1) Giro de Sala de Centro Cirúrgico: Aumentar o giro de sala do Centro Cirúrgico Geral de 2,4 para 4,00 em média em 12 meses a partir de agosto/23.
2) Tempo Médio de Permanência em UTI: Reduzir o tempo médio de permanência na Unidade de Terapia Intensiva Adulto de 8,76 para 5,30 dias em 12 meses, a partir de fevereiro/24.
3) Satisfação do Cliente: Manter a média do Net Promoter Score no atendimento aos pacientes do Diagnóstico por Imagem em nível de excelência (≥ 75%) durante todo o ano de 2024.
4) Despesas: Reduzir as despesas de 15% para 10% em 12 meses a partir de janeiro/24.
Você já tinha pensado nestes importantes detalhes das metas? Sistematizamos os elementos para um enunciado adequado para seus indicadores no áudio abaixo:
Mini Podcast: https://www.instagram.com/p/C58tUN-u2Km/
Ponto 7: Gestão à vista – você sabe usar este importante instrumento a favor da melhoria contínua?
Sabia que uma organização que tem qualidade não quer dizer uma organização perfeita, que não erra e cujos indicadores estão sempre favoráveis (a não ser que vc esteja torturando os números para que eles digam sempre o que você espera ouvir…espero que não!)??
Uma organização que tem QUALIDADE é aquela que lida muito bem com a sua REALIDADE, seja ela mais desafiadora em alguns quesitos que outros, e está sempre atenta para MUDAR DE ROTA e se ADAPTAR sempre que os números mostrarem que isso é necessário.
E nada melhor do que olhar para estes números em grupo com sua equipe, sua chefia e até com seus clientes!!!
No áudio abaixo, conheça os elementos-chave para a elaboração do instrumento de Gestão à Vista.
Mini Podcast: https://www.instagram.com/p/C62GTgtOWUN/
Ao final desta série, estimulamos você a praticar, desenvolver e a se aprofundar nestes temas na sua organização, sistematizando cada ponto e cada passo, analisando o próprio processo de implantação para solidificar o legado que esta importante competência agrega a todos os que dele participam e, especialmente, que gera impacto na vida do paciente.
#SistematizeSeusDesafios
Júnia Cordeiro é sócia-consultora da Sistematize Funcionalidades na área de Gestão em Saúde e do Desempenho Ocupacional
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Excelente. Parabéns 👏👏
Antonio, muito obrigada por apreciar a nossa matéria. Vindo de um gestor e profissional muito ativo na comunidade a favor do bem comum, é com muita honra que o recebemos, uma vez que a saúde pública ou privada tem recursos limitados e é nosso propósito também contribuir para a sua eficiência.